Cartaxo entra em campo para tentar evitar a instalação da CPI da Lagoa

Prefeito convoca bancada para avaliar os estragos causados pela Operação Irerês, da Polícia Federal

O prefeito Luciano Cartaxo (PSD) convocou para esta segunda-feira (5) uma reunião de urgência com a sua bancada de vereadores na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). O encontro, de acordo com informações reveladas pelo blog Polêmica Paraíba, servirá para avaliar os estragos causados à imagem da gestão após a Operação Irerês. O objetivo é evitar a instalação da CPI da Lagoa, como tem defendido a oposição nas últimas horas.

Ainda de acordo com o blog, ontem (2), horas depois de iniciada a Operação Irerês, os vereadores governistas foram chamados às pressas para se reunirem com o secretário de Articulação Política da Prefeitura de João Pessoa, Zênnedy Bezerra, considerado braço direito do preito Luciano Cartaxo. O encontro contou também com a presença do controlador-geral da PMJP, Severino Queiroz.

“O governo Municipal teme que alguns vereadores da base se rebelem e apoiem o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de superfaturamento e desvio de dinheiro nas obras da Lagoa do Parque Sólon de Lucena, cujo pedido deve aportar na Câmara na semana que vem”, informou o blob.

“A orientação é fechar questão contra a CPI da Lagoa e mostrar que o governo não tem problema com esta obra e está isento de qualquer erro ou irregularidade”, acrescentou.

Operação Irerês

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (2), após denúncia da Controladoria Geral da União (CGU), a Operação Irerês, cujo objetivo é investigar irregularidades nos procedimentos licitatórios e na execução de obras na Lagoa do Parque Solon de Lucena, através de contrato celebrado entre a gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e o Governo Federal.

De acordo com nota enviada à imprensa pela Polícia Federal, laudos periciais constataram um dano total ao erário público de aproximadamente de R$ 6,4 milhões na execução da reforma da Lagoa.

Foram cumpridos em João Pessoa dois mandados judiciais de busca e apreensão, sendo um na sede Compecc – empreiteira contratada para executar a obra de reforma da Lagoa – e o outro da na residência do proprietário da empresa.

Ainda de acordo com a nota da Polícia Federal, o nome da operação foi uma alusão ao Irerê, espécie de marreco que era abundante nas águas da Lagoa. “Tanto que, até o início do século XX, antes da urbanização do parque, o local era conhecido como ‘Lagoa dos Irerês’”, disse o texto distribuído à imprensa pela assessoria da PF.