Câmara de Bayeux decide aceitar pedido de cassação de Berg Lima

A Câmara Municipal de Bayeux decidiu, na tarde desta segunda-feira (17), por unanimidade, aceitar o pedido de cassação do mandato do prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima. O pedido foi acatado durante sessão extraordinária realizada na tarde de hoje, que contou com participação popular, que encheram as galerias para protestar contra Berg.

Com isso, uma Comissão Especial será formada para analisar as denúncias. Berg Lima foi preso em flagrante recebendo propina de um empresário do ramo alimentício com a promessa de facilitar pagamentos e fazer com que o empresário cresça sua arrecadação se continuasse pagando as propinas.

O empresário João Paulino, não aceitando a situação, procurou a Polícia para denunciar o fato. Ele relata ainda que Berg disse a ele que tinha um projeto de terceirizar o Restaurante Popular de Bayeux e por isso prometeu que manter os “negócios” faria o empresário crescer na cidade.

O flagrante ocorreu no escritório do restaurante do empresário, quando Berg foi lá e recebeu R$ 3,5 mil. A ação foi filmada e, o suposto dinheiro de propina, escaneado.

Ainda na noite da prisão, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB) determinou a prisão preventiva do prefeito de Bayeux. O juiz Aluízio Bezerra, responsável pela audiência de custódia do Berg Lima, determinou também que ele fosse afastado do cargo e que mandados de busca e apreensão fossem realizados.

Pena de 24 anos

De acordo o delegado Lucas Sá, responsável pelas investigações, não há suspeita de envolvimento de outras pessoas no esquema. Pelos crimes, Berg Lima pode ser condenado a até 24 anos de prisão.

Já o empresário que filmou o pagamento da suposta propina ao prefeito de Bayeux foi um colaborador premiado e era “vítima” das “condutas” do gestor, segundo afirmou o delegado. “Todas as negociações tratativas, todos os valores eram pagos diretamente ao prefeito, em espécie e em mãos”, explicou o delegado.

Ainda de acordo com Lucas Sá, o empresário não receberia os valores devidos a ele se não pagasse a suposta propina solicitada pelo prefeito. “Então não existia outra conduta pra ele. Ou pagava a propina ou ficava sem receber e fechada suas empresas. Ele preferiu pagar, mas comunicar os fatos à polícia e possibilitar, então, a prisão do prefeito”, disse.

Defesa

A assessoria de imprensa de Berg Lima enviou uma nota à imprensa, na qual ele diz estar sendo “vítima de uma armação política”, e que o prefeito confia na Justiça e vai esclarecer os fatos. Segundo a nota, o prefeito de Bayeux afirma que não praticou ato ilegal contra o povo e contra a cidade. A defesa de Berg informou que vai pedir um habeas corpus.