Calor recorde deve tornar 2015 o ano mais quente dos tempos modernos, diz boletim

Os primeiros nove meses deste ano bateram recordes de calor no mundo inteiro, o que representa mais um indício de que o perigoso aquecimento global continua a se intensificar, afirmaram especialistas do governo norte-americano nesta quint-feira (22).

O mês passado foi “o setembro com maior temperatura no registro 1880-2015, superando o recorde anterior, batido no ano passado”, informou a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, em inglês).

“Os primeiros nove meses do ano (de janeiro a setembro) também bateram recordes de calor”, acrescentou a fonte. O último boletim coloca o ano de 2015 mais perto de tirar de 2014 o título de ano mais quente dos tempos modernos.

O cálculo foi feito com base da média da temperatura na superfície do globo e dos oceanos. Os cientistas descobriram que setembro superou em 0,9°C a temperatura média do século XX, superando em 0,12ºC os termômetros em setembro de 2014.

“A alta de temperatura de setembro também foi a maior alta nas médias para qualquer mês no registro histórico de 136 anos, superando em 1,01ºC o recorde anterior estabelecido em fevereiro e março deste ano”, destacou a NOAA em seu boletim mensal.

Os últimos cinco meses seguidos bateram recordes de calor com base aos respectivos meses do ano anterior.

Recordes de calor

Normalmente, altas temperaturas são observadas em setembro no nordeste da África, no Oriente Médio, em regiões do sudeste da Ásia e em algumas partes da América do Sul e do Norte.

Alguns pontos frios foram observados no sul da América do Sul, no extremo oeste canadense, no Alasca e em algumas partes da Ásia Central.

As temperaturas na superfície dos oceanos associadas ao El Niño em algumas partes do mundo ajudaram a elevar a temperatura da superfície marinha global em 0,81º C acima da média do século XX de 16,2º C.

“Uma grande parte do Atlântico sul e da Groenlândia permaneceram mais frios do que a média”, acrescentou a NOAA.

No mês passado, a quantidade de gelo marinho no Ártico foi a quarta menor já registrada.

A cobertura de gelo na Antártica também esteve abaixo da média para o período 1981-2010, tornando-se a 16ª menor cobertura de gelo antártico e o menor registro desde 2008.