BRT: Promotor aponta subserviência de Cartaxo e pede à PMJP que pare de mentir

O promotor do Meio Ambiente e do Patrimônio Social do Ministério Público da Paraíba, João Geraldo criticou as ações do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), quanto aos planos para implantação de BRT, sigla em inglês, que traduzida, significa “transporte rápido por ônibus”, em João Pessoa.

Em entrevista ao Paraíba Já, ele narrou um episódio que aconteceu na visita de cortesia que o prefeito e os secretários Cássio Andrade (Seinfra), Hildevâneo Macedo (à época, Sedurb) e José Rivaldo Lopes (Seplan), que demonstrou absoluta subserviência de Cartaxo ao secretário de Infraestrutura. “Todas as perguntas que direcionava ao prefeito, ele (Cássio) imediatamente respondia. Perguntei quem era afinal o prefeito de João Pessoa. Ao responder que era Cartaxo, pedi para ele se limitar a mandar no prefeito lá na prefeitura, na minha sala, não”, revelou.

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O promotor relembrou as promessas feitas por Cartaxo quanto ao novo sistema de ônibus e acredita que há um gasto desnecessário de verba, pela má implementação da via única para os veículos.

“Eles fizeram a promessa do BRT mas não tem coragem de chegar pra população e dizer que não tem condições financeiras. Aí, nas vésperas da eleição, disseram que vai sair o edital, a população não merece isso. Inclusive agora esse inquérito mandaram pra mim, que são os dos caminhos livres. Estão falando em fazer faixas de ônibus em outros corredores, mas tem que fazer de acordo com o BRT, para não estar gastando dinheiro a toa. A população paga imposto para receber verdades”, defendeu.

João Geraldo afirmou que gostaria de ouvir os esclarecimentos do prefeito acerca da inviabilidade financeira de implementar o projeto. Ele acredita que a população merece respostas.

“Eu queria que o prefeito dissesse abertamente ao povo que a Prefeitura de João Pessoa não vai fazer o BRT, que é mentira. Ele pode até fazer na outra gestão, mas agora não dá mais tempo. O que aconteceu no BRT de João Pessoa é que quando eles viram que não tinha viabilidade financeira ou algo do tipo, problemas de aprovação, eles recorreram a Promotoria do Consumidor e lá conseguiram firmar o termo de ajustamento de conduta para fazer faixa única de ônibus na Epitácio e com isso tirou de foco a visão da população de se fazer o BRT e confundiu isso, ninguém mais falou disso. Eu não tenho nada contra a faixa de ônibus na Epitácio, mas tenho onde colocaram a faixa. Tinha que ser no canteiro do meio. Estragaram o dinheiro público pintando numa faixa onde não vai servir”, afirmou.