Braille aumentou a inclusão de cegos na sociedade

Há 188 anos, um jovem francês inventou um sistema de leitura especial e contribuiu para a formação e inclusão de milhões de pessoas pelo mundo. Louis Braille é seu nome e seu sistema, comemorado hoje (4), permitiu que cegos, como ele, pudessem ter acesso ao universo da leitura e do conhecimento.

A Fundação Dorina Nowill, localizada em São Paulo, é uma das entidades que difundem a leitura do braille no país. Ela produz e distribui livros em braille e livros em áudio para bibliotecas e organizações do Brasil. Além disso, prepara deficientes visuais para serem independentes e terem condições de conquistar  espaço no mercado de trabalho.

Na opinião de Regina Oliveira, coordenadora na fundação, o braille teve um papel muito importante na inclusão de cegos na sociedade. De acordo com ela, as pessoas até o século 19 não tinham acesso à leitura e ficavam confinadas em sua própria casa ou internadas em asilos para pessoas com problemas mentais.

“Com o braille as pessoas cegas passaram a ter acesso ao conhecimento, à cultura, ao lazer, à informação e, a partir desse conhecimento, elas puderam desenvolver a própria consciência, a pensar por si mesmas, e passaram a ter uma vida de cidadãos”, completou ela.

A própria Regina é fruto do trabalho da fundação. Cega desde os sete anos de idade, foi lá que aprendeu a ler e escrever, o que permitiu que ela frequentasse uma escola convencional e aprendesse um ofício. Como resultado, começou a trabalhar na fundação como telefonista há vários anos e hoje é a coordenadora de revisão dos livros em braille.

“Uma vez preparadas, as pessoas podem obter acesso a um número muito grande de profissões. Mas é necessário que, além do trabalho todo que a fundação faz, as escolas também estejam preparadas para receber essas pessoas para dar condições de aprendizagem como os outros alunos têm”, analisou Regina.

Com o passar do tempo, novas formas de acesso à informação são elaboradas para auxiliar pessoas cegas. Além do braille, existe o áudio livro e formatos digitais, que mostram as letras ampliadas (para quem tem visão subnormal) com auxílio de áudio. Na opinião de Regina, o braille não perde importância com a criação de novos formatos. Para ela, todos os formatos que auxiliam pessoas cegas se complementam.

“O braille é imprescindível para alfabetização das crianças, para que elas tenham contato com a ortografia, tanto da língua portuguesa quanto de línguas estrangeiras. Para livros científicos, não existe um substituto pro braille ainda. Os formatos tanto digital quanto falado não se excluem, se complementam”.

Da Agência Brasil