Boletim aponta 476 casos suspeitos de microcefalia por zica vírus na PB

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) notificou, até o dia 26 de dezembro, 476 casos suspeitos de microcefalia relacionados ao Zika vírus, distribuídos em 96 municípios paraibanos.  Destes, 21 foram confirmados, 30 descartados e 425 continuam em investigação pelas Secretariais Municipais de Saúde, com o apoio da SES-PB e do Ministério da Saúde.

De acordo com o Boletim Epidemiológico Nº 06, o município com maior número de notificações é João Pessoa, com 212 casos notificados. Em seguida vêm os municípios do Conde e Sapé, com 16 notificados, Bayeux com 15, Alhandra com 13, Caaporã com 11 e Cabedelo e Pedras de Fogo com 10 notificações.

Também foram notificados nove casos suspeitos em Pitimbu, oito em Campina Grande, sete em Monteiro e Patos, seis em Santa Rita, Mamanguape e Juru, e cinco em Rio Tinto, seguidos pelos municípios de Gurinhém (4),Itabaiana (4), Juazeirinho (4), Mari (4), São Bento (4), Cacimba de Dentro (3), Cacimbas (3), Guarabira (3), Teixeira (2), Sousa (2), São Mamede (2), Salgado de São Félix (2), Queimadas (2), Piancó (2), Aguiar (2), Alcantil (2), Araruna (2), Capim (2), Catolé do Rocha (2), Itapororoca (2), Manaíra (2), Mataraca (2) e Nova Olinda (2).

Os municípios de Água Branca, Alagoa Nova, Alagoinha, Algodão de Jandaíra, Aparecida, Arara, Areia, Baía da Traição, Bananeiras, Belém, Belém do Brejo do Cruz, Bernadino Batista, Boqueirão, Olivedos, Parari, Passagem, Picuí, Pilar, Pilões, Poço Dantas, Pombal, Riachão do Poço, Santa Luzia, Santa Terezinha, São Domingos do Cariri, São João do Tigre, São José de Espinharas, São José dos Cordeiros, Seridó, Soledade, campo de Santana, Taperoá, Tavares, Zabelê, Igaracy, Brejo do Cruz, Cachoeira dos Índios, Cacimba de Areia, Caldas Brandão, Caturité, Condado, Cruz do Espírito Santo, Cuité de Mamanguape, Desterro, Diamante, Esperança, Imaculada, Juripiranga, Lagoa de Dentro, Livramento, Lucena, Mãe D’Água, Malta, Maturéia, Mogeiro e Mulungu notificaram um caso suspeito em cada.

Durante esse período, cinco casos suspeitos evoluíram para óbito, sendo quatro infantil e um fetal, cujas mães são residentes dos municípios de Piancó (1), Conde (1), e João Pessoa (3). Segundo a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES-PB, Renata Nóbrega, após a conclusão da investigação, um óbito infantil foi descartado. “Os achados não eram compatíveis com malformação congênita de origem infecciosa”, explicou. Os demais óbitos estão em investigação.

Renata esclareceu que a microcefalia, independente da causa, já é uma condição confirmada. No entanto, se tratando da vigilância de microcefalias relacionadas ao vírus Zika, todos os casos que, após revisão da aferição das medidas, dos exames ou do critério de enquadramento não estejam contemplados nas definições estabelecidas para relação com infecção pelo Zika vírus, são descartados, de acordo com o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika, da SVS/MS.

“O Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) é o sistema de informação oficial para registro de todas as anomalias congênitas identificadas no pós-parto. Por conseguinte, todos os casos diagnosticados de microcefalia, relacionados ou não à infecção pelo vírus Zika, deverão ser notificados oficialmente neste sistema, que tem o objetivo de fornecer informações sobre as características dos nascidos vivos”, disse a gerente de Vigilância em Saúde.

Investigação Laboratorial de Casos Suspeitos – De acordo com o boletim, para a triagem infecciosa (sorologias), deve-se coletar amostras de sangue do cordão umbilical (3ml); placenta (3 fragmentos de dimensões de 1cm³ cada); líquido cefalorraquidiano do recém-nascido (1ml) e sangue da mãe (10ml). As amostras de casos suspeitos de microcefalia relacionada com a infecção pelo vírus Zika devem ser encaminhadas conforme o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção.

Exames de Imagem – Deve-se escolher a ultrassonografia transfontanela (US-TF) como primeira opção de exame de imagem.

A tomografia de crânio (TCC) sem contraste deve ser indicada para recém-nascidos cujo tamanho da fontanela impossibilite a US-TF e para aqueles em que, após os exames laboratoriais e a US-TF, ainda persista dúvida diagnóstica de microcefalia.

Triagem Neonatal – A Triagem Neonatal (testes do pezinho, orelhinha e olhinho) deve ser realizada, possibilitando a detecção precoce de algumas doenças oucondições nos primeiros dias de vida.Bebês com alteração detectada pelo Teste do Pezinho devem serencaminhados para um Serviço de Referência em Triagem Neonatal/Acompanhamento e Tratamento de Doenças Congênitas.

A microcefalia está relacionada a alterações do desenvolvimentoneuropsicomotor e do comportamento que podem ser acompanhadas por problemas auditivos e visuais.

Quando se identificar alterações na Triagem Neonatal, deve-se encaminhar o recém-nascidopara um serviço de referência para a confirmação diagnóstica de deficiência auditiva ou visual. O recém-nascido diagnosticado com deficiência auditiva ou visual deve então ser encaminhado para um para serviço de reabilitação auditiva ou visual.

O protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika, da SVS/MS está disponível na íntegra no seguinte endereço eletrônico:

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/08/Microcefalia—Protocolo-de-vigil–ncia-e-resposta—vers–o-1—08dez2015-14h30.pdf

Para outros esclarecimentos, deve-se entrar em contato com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), por meio do seguinte endereço eletrônico: [email protected] ou pelo telefone: 0800-281-0023.