Biografia sobre o cantor e compositor Geraldo Vandré será lançada nesta terça

Não me chamem Vandré (Patmos Editora, 200 páginas, R$ 34,90) é o título do livro que o escritor Gilvan de Brito lança hoje, a partir das 18h, na Livraria Leitura, instalada no Manaíra Shopping, em João Pessoa. Na ocasião, o cantor Pedro Osmar, que assina a apresentação da obra – uma biografia reportagem que retrata toda a trajetória do cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré, que completou 80 anos de idade no último dia 12 de setembro – irá interpretar, com João Jaguaribe, as músicas mais marcantes do artista, autor de ‘Para Não Dizer que Não falei das Flores (Caminhando)’. E, nesta quinta-feira, o lançamento será às 19h, na Livraria Nobel, em Campina Grande, onde o vai haver concerto com o Quarteto da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba).

“O lançamento desse livro é muito importante porque a Patmos segue a linha editorial de narrar a vida dos paraibanos notáveis. E Geraldo Vandré é um desses notáveis, por sua contribuição musical, com sua participação muito forte no processo político. Embora ele queira minimizar, sua música ‘Para Não Dizer que Não falei das Flores (Caminhando)’ foi apropriada pelo povo, que a cantava como uma forma de combater a ditadura militar. E ele também deu sua contribuição cultural, pois compôs várias canções em parceria, a exemplo de Carlos Lyra e Teo de Barros”, disse para o jornal A União o editor da obra, Carlos Roberto de Oliveira.

Escrito com base em pesquisas realizadas pelo autor em reportagens divulgadas pela imprensa, o livro de Gilvan de Brito relata desde a infância de Geraldo Vandré – nascido e criado no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa -, a sua trajetória como cantor e compositor, incluindo os rumores de que teria sido torturado, ou sofrido lavagem cerebral, por parte da ditadura militar no Brasil; seu auto-exílio começando pelo Chile e indo até a Europa, onde esteve em países como a França, Alemanha e até a Bulgária; o retorno  para a pátria natal; a composição ‘Fabiana’, em homenagem à Aeronáutica, até os dias de hoje. De acordo com o editor Carlos Roberto, o título da obra é uma referência ao comportamento de Vandré de não querer assumir que é um cantor e compositor de uma obra importante.

Carlos Roberto também fez questão de ressaltar a capa do livro, criada por Talles Carrelo, programador visual da Patmos. Trata-se de uma foto do rosto de Geraldo Vandré, que considera “das mais expressivas” do artista. “O trabalho é interessante, pois mostra a multidão inserida na face de Vandré”, disse ele, acrescentando que a obra de Gilvan de Brito ainda contém as letras das 61 músicas que foram compostas pelo paraibano, embora tenha gravado um maior número. O editor ainda destacou que, assim como aconteceu no Brasil, a música ‘Caminhando’ também foi usada pelo povo do Chile – onde foi gravada em castelhano, com o título ‘Caminando’ – para repudiar a ditadura militar do então general Augusto Pinochet.

Sobre o autor – Escritor, jornalista, advogado, dramaturgo, ensaísta, poeta e letrista, Gilvan (Bezerra) de Brito nasceu em João Pessoa, em 1940. Formado em Direito pelo Unipê em 1983, preferiu dedicar-se ao jornalismo, onde iniciou as atividades na imprensa esportiva (1965-1970) e trabalhou em vários jornais, inclusive em A União. Autor de 126 livros, publicou 25 e ganhou seis prêmios literários e de dramaturgia. Venceu dois festivais de música da MPB em parceria com Carlos Aranha e Zewagner (1971 e 1986). Produziu, atuou e dirigiu filmes de longa-metragem (2008-2011) e, atualmente, dirige a Link Produções, produtora de cinema e vídeos institucionais. E possui 600 letras de música (62 gravadas em 14 discos de vinil, CD e DVD) com vários parceiros.  

Por Guilherme Cabral, do Jornal A União