Obra da Lagoa: após ‘desdém’ da PMJP, CGU reage: “ninguém gosta de ser fiscalizado”

Após declarações do secretário de Infraestrutura de João Pessoa Cássio Andrade, que criticou a capacidade da Controladoria Geral da União (CGU) em realizar auditoria em obra de engenharia, o chefe da CGU na Paraíba, Gabriel Aragão Wright, em entrevista ao Paraíba Já, declarou que, só quem poderia fazer tais declarações são aqueles que são controlados. “Eu estou muito tranquilo e conheço a atuação da CGU e esse tipo de reação é normal. Ninguém gosta de ser controlado e fiscalizado. É essa a realidade e o nosso relatório é muito claro”, declarou.

Cássio afirmou, durante programa de rádio local, que a CGU não teria corpo técnico competente para realizar a auditoria da obra de revitalização do Parque Solon de Lucena (Lagoa) e que seu relatório poderia ter informações que não contemplam os preceitos da engenharia. Diante disto, Gabriel foi assertivo.

“A equipe da CGU tem engenheiros. E se há algum engenheiro que faz parte da equipe da CGU que não tenha registro no CREA, é porque ele não faz mais obra, porque ele está fazendo auditoria de programas públicos e que isso é autorizado pelo TCU e pela larga jurisprudência do STJ. Então tem engenheiro e a auditoria foi feita por gente da área. E quando há uma auditoria mais específica, nós pedimos apoio de entes parceiros, neste caso da Lagoa, pedimos do Exército. E se de repente não tiver na Paraíba um engenheiro específico de uma determinada área, nós pedimos apoio da CGU de outros Estados, o que não foi necessário para esta auditoria. Então, o secretário tem o direito de retrucar o relatório”, explicou.

Ele ainda explicou que o relatório, antes de se tornar público, passou por uma avaliação de “uma coordenação composta unicamente de engenheiros em Brasília”.

E criticou umas das irregularidades apontados no relatório na obra da Lagoa e destacou o trabalho, em parceria, com o Grupamento de Engenharia do Exército Brasileiro.

“Foi feito um estudo lá no aterro sanitário para saber a quantidade de resíduo que foi acumulado pelo Exército Brasileiro. Não foi nem a CGU, foi o Grupamento de Engenharia do Exército Brasileiro que realizou esse estudo. Uma hora a prefeitura diz que a lama foi colocada lá e depois diz que foi retirado. Ora, a diferença é muito grande. Nós não estamos falando de retirar dois caminhões de lá. Eles tiraram tudo isso de lá e colocaram aonde? Se colocaram em qualquer lugar, pode ser até crime ambiental”, refletiu.