Acusados de homofobia, atletas do Atlético e vereador de Cajazeiras se envolvem em briga

Uma confusão envolvendo jogadores e dirigentes do Atlético de Cajazeiras na noite deste sábado (4), durante festa em uma área de lazer da cidade, terminou com várias pessoas feridas e encaminhadas à delegacia e ao hospital. Segundo testemunhas, uma discussão entre um jovem identificado como Wildemir Moraes Torres, de 25 anos, e o presidente do Atlético, Arlley Lira, teria ocasionado uma briga generalizada.

Uma jovem identificada como Lila Melo (foto ao lado) postou em uma rede social um relato da confusão acusando os jogadores e dirigentes do Atlético de homofobia, já que, segundo a versão dela, o jovem Wildemir teria sido agredido apenas porque é homossexual.

Lila também foi vítima da confusão e sofreu alguns ferimentos no rosto. Ela postou uma foto mostrando escoriações e um grande inchaço na testa supostamente causado por uma pancada com uma garrafa de cerveja. Ela acusa o vereador Alysson Lira (Neguim do Mondrian), que também faz parte da diretoria do Atlético e é irmão do presidente, de tê-la agredido quando ela tentava separar a briga (leia a postagem da jovem abaixo).

A outra versão

Em contato com nossa reportagem, o vereador Neguim do Mondrian negou que a confusão tenha sido gerada por causa de homofobia, e disse que Wildemir estaria causando transtornos pessoais em um jogador do Atlético e sua família porque estaria ‘espalhando’ pela cidade que está tendo um caso com o atleta. Essa situação já estaria inclusive atrapalhando o dia-a-dia profissional nos bastidores do clube.

Segundo Neguim, ao encontrar os jogadores na festa, o jovem continuou importunando o atleta, até que o presidente Arlley Lira resolveu tomar satisfação e pedir que ele os deixasse em paz. A partir daí iniciou-se uma discussão seguida de troca de empurrões. Mas Neguim afirma que seu irmão foi agredido primeiro com um copo no rosto e que os jogadores se envolveram na briga apenas para tentar separar.

“Desde quarta-feira passada, no jogo, que ele [Wildemir] vem infernizando a vida do jogador, inclusive teve uma reunião da diretoria por conta disso, e quando foi ontem na festa ele ficou de novo infernizando o jogador. A gente pediu pra ele sair, ele não saiu, ficou fazendo pouco dos meninos lá, os meninos com as namoradas e ele fazendo pouco, aí começou a confusão. Meu irmão empurrou ele e ele ‘largou’ um copo no meu irmão, cortou o rosto do meu irmão, daí a pouco os jogadores entraram no meio, garrafa ia, garrafa vinha”, relata o dirigente.

De acordo com o dirigente, nesse momento todos se envolveram para tentar apartar a briga, foi então que ela se tornou generalizada e muitas pessoas, inclusive quem não tinha nada a ver com os dois grupos, passaram a se agredir. Neguim alega que a jovem foi ferida no meio da confusão porque várias pessoas estavam arremessando objetos.

“Foi de onde essa menina e o namorado dela entraram no meio da briga e teve essa garrafada aí. Não teve agressão a uma pessoa, não, foi só essa garrafa que bateu nela. Na delegacia estavam com negócio de homofobia, mas nem queixa de homofobia ele registrou. Querem fazer teatro porque sou vereador”, disse Neguim.

Após a situação ter sido contornada pela polícia, a maioria dos envolvidos foi conduzida à delegacia, onde a jovem Lila Melo prestou queixa por agressão contra o vereador Neguim do Mondrian. Já o presidente do Atlético prestou queixa, também por agressão, contra o jovem Wildemir Moraes, que preferiu não registrar Boletim de Ocorrência alegando crime de homofobia. As informações são do Diário do Sertão